No centro do Rio de Janeiro, um território de memória e cultura tem sido ponto de partida para uma jornada de descobertas. Alunos da Fundação Darcy Vargas, localizada na histórica Pequena África, estão participando de visitas pedagógicas a museus e universidades da cidade — experiências que extrapolam os muros da escola e ampliam o horizonte de possibilidades dos estudantes.
Para Daniella Rocha, coordenadora pedagógica da FDV, as atividades fazem parte de uma proposta que valoriza o território como ferramenta de ensino. “Estamos inseridos em uma região fundamental para a história do Brasil, e é nosso dever garantir que os alunos conheçam — e reconheçam — esse espaço como parte da sua identidade”, explica Daniella.
As visitas a instituições culturais como o Museu do Amanhã, o Museu Bispo do Rosário e a Casa França Brasil foram realizadas por meio do projeto Entre Museus, iniciativa do Museu do Amanhã que busca democratizar o acesso à cultura para crianças e jovens da região portuária, oferecendo experiências educativas a escolas e organizações sociais.
Já os passeios às universidades no mês de junho — entre elas a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) — foram viabilizados graças ao apoio do MetrôRio e do VLT Carioca, que disponibilizaram transporte para os estudantes.
“Ao visitar uma universidade pública, o aluno começa a se imaginar nesse espaço. Ao estar em um museu, ele percebe que a cultura é para ele também”, relata Helen Silveira, professora de História da Fundação. “São encontros com a cidade e com o próprio futuro.”
Mais do que simples saídas escolares, essas experiências contribuem para a formação cidadã, crítica e sensível dos jovens. Elas conectam conteúdos curriculares a vivências concretas e despertam novos sonhos — em especial para crianças e adolescentes que muitas vezes têm seu direito à cidade negado.
Inserida na Pequena África, berço da cultura afro-brasileira e símbolo de resistência, a Fundação Darcy Vargas entende que formar estudantes conscientes passa por resgatar a história silenciada do território. “Fazemos questão de que nossos alunos andem pelas ruas onde a história do Brasil aconteceu. Aqui, o passado e o futuro caminham juntos”, conclui Helen.